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Ideologias Sociais

  • Foto do escritor: Carolina Monteiro
    Carolina Monteiro
  • 7 de mar. de 2022
  • 6 min de leitura

Atualizado: 3 de jul. de 2022

EDIÇÃO 2.0 *parte 1


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Bem-vindo(a) a segunda edição da newsletter Brasiliense-se. Agradecemos por estar aqui conosco, caro(a) leitor(a). Se você tiver críticas ou elogios, não deixe de nos mandar no final desta edição. Sua opinião é muito importante pra nós!


Hoje, vamos falar sobre as famosas ideologias sociais. Quem nunca ouviu falar ou entrou em um debate sobre essas ideologias? Apesar de ser um assunto muito comentado nas redes sociais e em outros meios, muitos ainda não sabem do que realmente se trata.


Afinal, o que é ideologia?



Para o senso comum, a ideologia é um simples conjunto de ideias ou uma idealização sobre algo, porém, esse conceito não é tão simples assim de definir. O termo “ideologia” possui vários sentidos que se dividem em duas vertentes: a clássica e a crítica.


No início do século 19, o filósofo francês Destutt de Tracy criou o termo ideologia e o conceituou como um estudo científico que aborda a formação e a construção das ideias. Ou seja, para ele, a ideologia é uma ciência das ideias, que num sentido amplo, pode ser definida como fenômenos naturais que resultam na interação entre o ser vivo e a natureza.


Este conceito foi classificado como a versão clássica da ideologia, pois defendia que o conhecimento científico deveria ser baseado na observação e não em uma educação religiosa. O filósofo não acreditava que as ideias e ações humanas estavam ligadas às concepções espirituais e invisíveis, mas sim ligadas às causas naturais e materiais.


Nessa mesma época, o filósofo alemão Karl Marx cunhou a conceituação crítica do termo ideologia. Ele se opunha à concepção de Destutt e designou a ideologia como uma falsa consciência sistematizada da realidade social, política e econômica. Para o filósofo, trata-se de um termo negativo, pois propaga a dominação da classe burguesa sobre os trabalhadores.


Ainda de acordo com Marx, as ideologias são frutos das relações sociais, econômicas e políticas em diferentes contextos onde há conflitos de pensamentos, tradições, bem como contrastes sociais. Dessa forma, Marx acredita que as ideologias têm como finalidade neutralizar os conflitos para que estes sejam considerados aceitáveis na tentativa de normalizar, justificar, amenizar e mesmo ocultar as tensões sociais. As ideologias sociais, portanto, contribuem para a manutenção de uma determinada ordem social em que as pessoas, de alguma forma prejudicadas, se vejam como aceitáveis e boas o suficiente a ponto de não precisarem de nenhuma mudança.


Ao longo desses anos, o pensamento político começou a ser estruturado e com isso, foram surgindo diversas ideologias. Neste sentido, essas ideologias designariam o modelo de governo, economia e valores morais que serviriam como guia para a sociedade.


Listamos as ideologias mais comentadas, e dividimos essa newsletter em duas partes, a parte dois estará disponível no dia 4 de abril, não perca! Enquanto isso, vamos para as primeiras ideologias.



Ideologia capitalista


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Foto: David Mcbee

Também conhecido como capitalismo, essa ideologia surgiu no século 15 e pode ser definida como um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e na possibilidade de acúmulo de riqueza - bens e capitais.

Este sistema é dividido em duas classes principais:

  • capitalistas: donos dos meios de produção ou dos bens que podem gerar dinheiro. Eles exercem um certo tipo de controle por meio de suas empresas e obtém sua renda de sua própria propriedade

  • trabalhadores: aqueles que vendem sua mão de obra em troca de uma salário

O objetivo do capitalismo é maximizar os lucros ao reduzir os custos ou elevar os preços dos produtos ou serviços, fazendo com que a propriedade privada predomine. O mercado de trabalho é livre e o Estado interfere pouco nele. O sistema distribui bens e serviços de acordo com as leis de oferta e demanda.


É interessante ressaltar que uma teoria chamada Mais-Valia, concebida por Karl Marx diz que o capitalismo, causa um abismo econômico entre empregadores e empregados, gerando assim, na visão dele, uma certa desigualdade social.


Ideologia conservadora


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Foto: ComCiência

O conservadorismo nasceu no século 16 e ficou mais conhecido quando o irlandês Edmund Burke, o pai da ideologia conservadora, se posicionou contra as teorias da Revolução Francesa.


As ideias da base conservadora são a preservação dos princípios morais e valores das instituições conservadoras da sociedade, como a igreja, a família nos moldes tradicionais, a comunidade, a honra e os hábitos tradicionais. A ideologia está fundamentada na doutrina cristã e a religião é a base. O conservadorismo defende a liberdade política, econômica e de ordem social e moral. Além disso, essa ideologia acredita na redução do poder do Estado na regulação da economia.


A meritocracia está na base da ideologia conservadora e pode ser conceituada como um sistema de hierarquias baseado nos méritos de cada indivíduo. Os conservadores acreditam que a desigualdade social está ligada à consequência das diferenças entre os indivíduos e seus esforços, e a igualdade só pode ser garantida pelo sistema político-jurídico. Para esta ideologia, mudanças radicais não são vistas com bons olhos, ela deve ser leve e gradual.


Ideologia liberal


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Foto: Reprodução

O liberalismo é baseado na preservação dos direitos, liberdade e individualidade de cada indivíduo, o que se expande para todas as áreas de uma sociedade, como as questões políticas e econômicas. O filósofo John Locke foi quem concebeu esta ideologia, porém ela ficou mais famosa no século 18, quando o economista Adam Smith passou a defendê-la.


A ideologia liberal defende políticas e ações que protegem os valores sociais, bem como afirma a igualdade entre os cidadãos. Além disso, vai contra qualquer ideia de controle excessivo do Estado sobre o indivíduo.


Para os liberais, a livre concorrência, o livre comércio e a liberdade de escolha são os três preceitos fundamentais para a construção de uma sociedade livre e o caminho para o progresso. Eles se opõem a qualquer ideia destrutiva, pois prezam pelo individualismo e a liberdade. Por isso, os liberais são totalmente contra as ideologias de totalitarismo, do fascismo, nazismo e comunismo.


Ideologia socialista


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Foto: Reprodução

O socialismo surgiu no século 18. Essa ideologia se opõe ao capitalismo e por meio de um sistema econômico e ideológico tem o objetivo de alcançar a igualdade e oportunidade entre todos. Os socialistas defendem que os meios de produção e os bens devem ser coletivos. Os primeiros teóricos desta ideologia foram Henri de Saint-Simon e seus seguidores Robert Owen, Charles Fourier, Pierre Leroux e Pierre-Joseph Proudhon.

Aproveitando algumas teorias iluministas, eles desenvolveram o socialismo utópico. Eles defendiam a distribuição igualitária da riqueza, melhores condições de trabalho, propriedade comum dos recursos produtivos e a solidariedade entre a classe trabalhadora.


O marxismo emergiu no meio do socialismo. Por sua vez, Karl Marx e Friedrich Engels o chamaram de socialismo científico. Eles defendiam que o Estado assumisse um papel central na produção e na distribuição de bens a fim de organizar um sistema de igualdade e cooperação. Como já comentado, os pensadores foram responsáveis pela teoria da Mais-Valia, que afirma que os trabalhadores não recebem o pagamento equivalente ao valor das riquezas que produzem. Isso gera a desigualdade e diversos problemas sociais.


O socialismo de forma geral se baseia na contribuição de cada indivíduo de acordo com suas habilidades e por sua vez, eles recebem de acordo com sua colaboração.


Ideologia anarquista


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Foto: Kashfi Halford

O anarquismo surgiu após a Segunda Revolução Industrial na metade do século 19. Os maiores idealizadores são os teóricos Pierre-Joseph Proudhon e o filósofo russo Mikhail Bakunin. Os adeptos desta ideologia defendem a liberdade total e responsável, bem como a autonomia de decisão.


O senso de coletividade e responsabilidade compartilhada são incentivados, bem como a existência de propriedades coletivas. A educação é pautada no pensamento crítico.


A ideologia anarquista defende o fim de um governo que controla o funcionamento da sociedade, se opondo assim, a todo tipo de relações hierárquicas e dominação, seja ela política, social, econômica ou religiosa. A ideia do anarquismo se baseia na superação da ordem social e no estabelecimento de um projeto de autogestão, em que os cidadãos possam cooperar mutuamente e se associar livremente.


Além disso, acreditam na sociedade sem classes e na igualdade de gênero, raça, política, econômica e social. A existência da polícia, forças armadas e partidos políticos são condenados pelos adeptos da ideologia.

Editado por: Paula Beatriz

Chega de leitura por hoje! Na parte dois desta edição vamos falar sobre: comunismo, nacionalismo, democracia, fascismo e nazismo.

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