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"Dona Maria do Barro abriu as portas para eu começar tudo"

  • Foto do escritor: Carolina Monteiro
    Carolina Monteiro
  • 28 de abr. de 2022
  • 4 min de leitura

EDIÇÃO 7.0


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Bem-vindo(a) a sétima edição da newsletter Brasiliense-se. Agradecemos por estar aqui conosco, caro(a) leitor(a). Se você tiver críticas ou elogios, não deixe de nos mandar no final desta edição. Sua opinião é muito importante pra nós!


A edição de hoje é especial, pois é a primeira da editoria Histórias de Sucesso. Para dar o start trouxemos a história da artesã Idalete Silva, 51 anos, uma mulher batalhadora que viu no artesanato um empreendimento promissor para mudar a sua realidade e a de outras pessoas a sua volta. A trajetória dela não foi e ainda não é fácil, mas ela nunca deixou de batalhar. O amor pelo artesanato é o que a move todos os dias.


Do barro nasce uma escultura, um vaso, uma jarra, um prato e tudo que a imaginação possa criar. Ele é a principal ferramenta de trabalho de Idalete Silva. Ela é artesã há mais de 25 anos e desde 2006, assumiu a presidência do Instituto de Assistência Social Maria do Barro, onde são oferecidas aulas gratuitas de artesanato para famílias carentes de Planaltina - DF e região.


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Foto: Carolina Monteiro

O objetivo do Instituto é inserir os alunos no mercado de trabalho com a produção e a venda de artesanato para que eles gerem renda para as suas famílias. “Os alunos são apresentados ao mercado de trabalho de uma forma simples e didática, tentando facilitar ao máximo o processo de produção, indo desde a confecção da peça até a venda para o cliente”, explica Idalete.


Eles produzem todo tipo de artesanato feito de argila, como vasos, peças decorativas, imagens de santos, entre outros. Quando finalizadas, as peças são vendidas na loja do Instituto localizada na Feira da Torre de TV, o ponto principal de venda dos artesanatos, mas não o único. Os alunos começaram a vender as peças pela internet também, principalmente durante a pandemia da Covid-19.


O Instituto Maria do Barro já acolheu em média mil alunos. Atualmente, ele ajuda cerca de 21 alunos, sendo 16 moradores de Planaltina-DF. As aulas ocorrem às terças e quintas-feiras durante a semana. Em razão da pandemia, o Instituto tem limitado a quantidade de pessoas por aula.


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Foto: Carolina Monteiro

Sem ajuda financeira do governo ou de qualquer outro órgão público, a entidade é sustentada apenas por voluntários e sobrevive de doações e das vendas das peças de artesanato produzidas pelos próprios alunos. “A Rede do Barro é o nosso principal apoiador financeiramente. São 8 apoiadores, todos fazem parte da Rede do Barro.”, explica Idalete.


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Foto: Arquivo pessoal

Trajetória


O trabalho desenvolvido no Instituto é uma continuidade do serviço de Maria do Barro, idealizadora do projeto, que antes era chamado de Fundação Maria do Barro. Há mais de 30 anos, ela começou um trabalho social dando aula de artesanato a quem tivesse interesse. O desejo de Maria era ampliar as oportunidades de emprego e de renda dos moradores carentes de Planaltina. Depois que Maria do Barro faleceu em 2006, Idalete se tornou a presidente, aceitando a incumbência. Desde então, ela se dedica integralmente aos alunos e ao projeto.


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Foto: Carolina Monteiro

Nascida na cidade de Bacuri no Maranhão, Idalete se mudou da cidade natal para Brasília, no ano de 1995, em busca de novas oportunidades. Quando chegou aqui, fez de um “barraquinho” de madeira, em Planaltina - DF, seu lar. Lá, a artesã morava com duas dos cinco filhos. Na época, ela estava desempregada e passava por muita dificuldade financeira. A procura por um emprego era constante. Foi por causa dessa busca incessável que ela conheceu o Instituto de Assistência Social Maria do Barro.


A atual presidente era uma das alunas mais assíduas. Ela relembra com carinho como Maria do Barro a ajudava com moradia, comida e todo o suporte que necessitava. “A dona Maria do Barro abriu as portas do Instituto para eu começar tudo. Eu era a primeira a chegar e a última a sair. Eu lavava o chão e fazia de tudo. Daí, ela foi pegando confiança em mim aos poucos". Desde então, a história de Idalete mudou e foi ali que ela descobriu o amor pelo trabalho que vive hoje: o artesanato.

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Foto: Arquivo pessoal



“Foi aqui que eu aprendi o artesanato e tudo o que eu sei hoje. Isso que mudou a minha história. É o desafio de acordar todos os dias e saber que aqui existe um lugar pelo qual eu vivo. É desse artesanato aqui e desse trabalho aqui que eu vivo hoje”, ressalta.














Adversidades


Segundo Idalete, muitas famílias que moram próximas ao Instituto precisam do serviço oferecido por ele. A maior adversidade que eles enfrentam, hoje, é a falta de apoio financeiro para manter o espaço e a necessidade de assistência em outras áreas, principalmente por parte dos representantes públicos. Apesar da presidente ir atrás das documentações necessárias, o local ainda não é regularizado. Além disso, ela relata que o Instituto enfrenta diversas dificuldades na venda das peças de artesanato também.


“Vivemos com água que captamos da chuva. O pouco dinheiro que entra, nós dividimos entre as despesas com alimentos e o pagamento das contas”, desabafa.


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Foto: Arquivo pessoal

Apesar dos impasses, Idalete não desiste e os alunos são a maior motivação para continuar a luta. “O que mais me motiva a levar esse projeto para frente é saber que muitas mulheres que chegam aqui igual eu cheguei um dia, com depressão, com medo de enfrentar a vida, passando dificuldade nas suas casas, e podem produzir uma peça dessas que elas fazem aqui para vender”, relata.


No Distrito Federal


De acordo com a Secretaria de Turismo do Distrito Federal, atualmente, o DF tem cerca de 12,6 mil artesãos cadastrados na base de dados do Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB). Com o objetivo de fomentar o processo de formalização da atividade artesanal, o governo oferece a Carteira Nacional do Artesão. É um documento gratuito, válido em todo o território nacional e que possibilita aos seus portadores o acesso a cursos de capacitação, feiras e eventos no Brasil e no exterior.


Essa é a história de hoje, esperamos que esta edição te inspire e faça você expandir seu olhar para outras realidades ao seu redor.


Editado por: Paula Beatriz


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